Bacteria pode gerar eletricidade

Os esporos respondem à umidade e seu movimento pode ser usado na criação de energia elétrica.

Henrietta Lacks, imortalizada pela ciencia

Henrietta teve suas células guardadas nos anos 50. Hoje conhecidas como HeLa, são usadas em larga escala para pesquisas científicas.

Eduardo Kac (1962)

O artista carioca é pioneiro em arte com organismos vivos e/ou transgênicos. A imagem é a da coelha Alba, que brilha no escuro porque contém em seu DNA o gene que expressa a GFP.

sábado, 22 de novembro de 2014

Obrigada pelos peixes

Depois de passar quase um ano sem escrever nenhum conteúdo pro Polimerase, decidi criar o meu segundo projeto online, agora com um nome mais simples e fácil de decorar: o blog Dinobótico, A ideia agora é reunir conteúdo sobre cultura pop, entretenimento e, claro, ciência. E por isso as criaturas pré-históricas não podiam ficar de fora da minha nova criação!

O Polimerase foi uma ótima escola que abriu portas fantásticas na minha carreira, mas é hora de deixá-lo para trás agora. O endereço continuará no ar para que todos possam acessar o conteúdo que já foi compartilhado e continuem a ler as minhas primeiras experimentações.

Quem quiser acompanhar as minhas novas atividades, pode entrar também no site oficial do Dragões de Garagem e ouvir os podcasts de lá. O episódio 19, sobre a Descoberta do DNA, foi minha participação - e tenho melhorado bastante desde então e cheguei a falar 'bastante' no programa 41, sobre Os Aspectos Sociais do Ebola.

Obrigada a todos que acompanharam a minha jornada e prometo que muito mais está por vir!

Até o Dinobótico ;)


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Bacteria gera energia a partir de umidade

Pesquisadores de Harvard descobriram um novo jeito de produzir energia utilizando esporos bacterianos e a evaporação da água. O estudo desenvolvido no Wyss Institute of Biologically Inspired Engineering prevê que o aquecimento da água e consequente alteração na umidade possam levar à criação de geradores elétricos em lagos e portos.

Figura 1: Esporos de Bacillus subtilis. Crédito: Xi Chen / Columbia University
ResearchBlogging.orgOzgur Sahin, Mahadevan e Adam Driks são os responsáveis pela pesquisa e utilizaram a bactéria Bacillus subtilis (foto acima) como modelo. Esta bactéria está presente no solo e fica em sua forma esporulada quando há escassez de nutrientes. No entanto, os esporos são sensíveis à umidade e podem retornar à forma original se houver água disponível no ambiente. O processo de perda de água é semelhante à secagem da uva na produção de uvas passas.

O grupo criou um experimento com folhas de borracha cobertas por esporos em um dos lados. Eles observaram que estas folhas faziam um movimento de vaivém de acordo com as alterações na umidade. Para testar se este movimento seria capaz de gerar eletricidade, eles construíram um protótipo em Lego com um pequeno ventilador associado a um imã e à folha de esporos. Eles observaram que o imã capturou a energia mecânica da folha e a transformou em elétrica, acionando, por fim, o ventilador.

Figura 2: protótipo de gerador de eletricidade. A folha de borracha com os esporos
pode ser vista à direita.  Crédito: Xi Chen / Columbia University
"A evaporação da água é a maior fonte de energia da natureza", disse Sahin em entrevista ao Wyss Institute. Sua pesquisa demonstrou que a folha de borracha é capaz de gerar mil vezes mais força do que o músculo humano, quando submetida a uma condição similar à mudança de umidade de um dia seco e ensolarado para um dia úmido e nebuloso. "Se você pensar no gelo no topo do Monte Everest, quem levou todo aquele material lá para cima? Existe energia na evaporação, mas é tão sutil que não a vemos", conclui Sahin.

O vídeo abaixo explica um pouco mais sobre a pesquisa e é possível acessar o link do artigo clicando na citação.

                                                   


ResearchBlogging.orgXi Chen, L. Mahadevan, Adam Driks & Ozgur Sahin (2014) Bacillus spores as building blocks for stimuli-responsive materials and nanogenerators. Nature Nanotechnology DOI: 10.1038/nnano.2013.290