segunda-feira, 18 de março de 2013

O radio toca - especial Marie Curie

Olá a todos!

Polimerase voltando à ativa nesta semana pós Saint Patrick's day e com tempo tipicamente irlandês aqui em São Paulo!

Para quebrar um pouco a série sobre o Eduardo Kac (ainda vou fazer mais dois posts sobre ele), vou falar um pouco sobre a Madame Curie. 
Mas nada de biografias por aqui, vamos com um pouco de literatura!






Há algum tempo ouvi a história de uma garotinha que morava lá na Polônia. O nome dela ninguém sabia. Ela era a caçula e tinha mais quatro irmãos. Seus pais sempre priorizaram o estudo de seus filhos. A mãe, pianista, ensinava música. O pai, professor, ensinava sobre física e matemática. A menina, no entanto, não gostava muito de tocar, ela preferia mesmo ouvir seu pai falando sobre o céu, terra, universo e os números. 

Ela foi crescendo, crescendo e seu gosto pela descoberta foi aumentando. Se formou na escola e foi fazer faculdade na França, na melhor universidade do país. Seus pais sempre diziam “vá, minha filha. Você ainda vai ser importante um dia.”

A menina seguiu o caminho do pai. Primeiro ela fez Física. Depois, Matemática. Começou a trabalhar com imãs e estava atraída pela pesquisa... E não só pela pesquisa, por um moço também. O nome dele? Ah sim, Pierre. Eles tinham se conhecido no ano anterior, em um café. Ele também era físico. Em pouco tempo se casaram. Acho que foi uma paixão pra lá de magnética (!)

Eles tiveram então uma bela menina, Irene. Mas a moça não queria parar de estudar. Pierre a incentivou a voltar para a pesquisa. Um amigo deles, Henri, havia descoberto um material fascinante. Esse material brilhava sozinho como uma estrela e tinha cores muito vibrantes, algo como ela nunca tinha visto nos ímãs! 

Henri estava estudando o urânio... Esse mesmo, usado para fazer bombas atômicas hoje em dia... A moça, quando viu aquilo pensou: “como são radiantes esses materiais! Vou chamá-los de radioativos então, o que acham?” O marido e o amigo aprovaram a ideia.

A moça decidiu estudar o que fazia aquele material ser tão radiante. Foi à fundo. Estudou o urânio e descobriu que não era só ele que tinha aquele brilho. Havia mais dois! Um de cor azul e o outro prateado. Ela conversou com Pierre e pensaram em nomes... Brilhantônio, Pierrônio...não, não estava bom. “Que tal Polônio e Rádio?”, ela sugeriu. “Assim posso lembrar do meu país e das notícias que sempre escuto de lá...”. Pierre estava ansioso e logo avisou seu amigo Henri. Foram tomar um café juntos para comemorar.

No ano seguinte, os três ganharam um prêmio pelo rádio. Não era pelo rádio das novelas, era pela radioatividade que haviam descoberto. Ficaram tão felizes! Ela e Pierre foram comemorar. Agora seu laboratório teria de ser reformado! Havia goteiras por todos os lados e eles manipulavam tudo com as mãos... Teriam também dinheiro para cuidar no novo bebê. Eva iria nascer em breve!

Quantas alegrias! Pena que duraram pouco... 

Pierre estava indo ao laboratório. Estava atravessando e.... fora atropelado por uma charrete. Ah, como a moça chorou... Por dias, semanas... Quem havia de ser seu companheiro agora?

Continuou os seus estudos, mais focada do que nunca. Assumiu a cadeira de professora de física que antes era de Pierre. Foi a primeira mulher a ser professora na Universidade. Alguns anos depois, ganhou outro prêmio! Dessa vez por causa dos seus queridos Polônio e Rádio.

Suas filhas já estavam grandes e começaram a ajudar a mãe. Não no laboratório, mas começaram a divulgar as ideias dela. Um médico soube que o rádio podia ser usado para ver os ossos dos pacientes. Pediu que a moça o ajudasse a tratar os doentes.

Aperfeiçoaram aquela técnica e um amigo que fotografava os ajudou... Criaram então o raio-X, tão usado hoje em dia.

Depois de tantos anos na pesquisa, a nossa querida cientista adoeceu. Ficou fraca, já não tinha mais forças para trabalhar. Disseram pra mim que ela tinha leucemia, aquela doença no sangue. O seu rádio não brilhava e nem tocava mais. 

Mas a moça pesquisadora mãe filha esposa tinha um nome. Alguém sabe o nome dela? Era conhecida como Marie. Curie era o seu sobrenome, o mesmo de Pierre. E ela sempre dizia às suas filhas: “Um cientista não é só um técnico. É também uma criança que se impressiona com a natureza como nos contos de fada.”

E eu nunca acreditei que o rádio da Marie tivesse parado de tocar...

Escrevi este texto quando fiz o curso de contação de histórias no Senac, no final de 2011, depois de pesquisar bastante sobre a Marie no google e ter um pouco de inspiração.Hope u like it  :)

Um comentário:

  1. Nossa Mari, adorei essa historinha sobre a marie curie! Muito bem escrita!! Parabéns!!

    ResponderExcluir